Uma emocionada Ángela Bachiller se tornou nesta segunda-feira (29) a primeira vereadora com síndrome de Down da Espanha, na cidade de Valladolid, de 311 mil habitantes.
Ángela tomou posse no meio de uma grande expectativa e admiração dos vallisoletanos por sua "coragem" e seus anos de luta pela normalização e integração de pessoas portadoras de necessidade especiais, como ela.
A jovem auxiliar administrativa, sentada hoje nas cadeiras do Partido Popular (PP), de centro-direita, com sua medalha de vereadora ao pescoço, é a imagem da igualdade, e vai ser uma vereadora mais "preparada", "educada", "discreta", como a definiu sua mãe Isabel Guerra.
Ángela jurou lealdade ao rei Juan Carlos 1º e a cumprir a Constituição diante dos flashes de muitos membros da imprensa interessados em registrar o momento inédito.
Ángela Bachiller se candidatou às últimas eleições municipais de Valladolid, que aconteceram em maio de 2011, na lista do PP, e após a renúncia do vereador Jesus García Galván, acusado de corrupção urbanística, se apresentou para ocupar a vaga.
"Obrigado por tudo, por terem confiado em mim", disse ao término da sessão plenária, em entrevista coletiva, acompanhada do prefeito de Valladolid, Javier León de la Riva, tão emocionada que não conseguiu dizer mais nada.
Autismo
Autismo
por Ana Carolina Borges
AUTISMO
É uma desordem que apresenta comprometimentos em três importantes áreas do desenvolvimento humano: a comunicação, a sociabilização e a imaginação
Comunicação:
Caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal.
Portanto, dentro da grande variação possível quanto à severidade do autismo, podemos encontrar uma criança sem linguagem verbal e com dificuldades na comunicação por qualquer outra via – isto inclui ausência de uso de gestos ou uma precária utilização dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial incompreensível para os outros e assim por diante. Podemos, também, encontrar crianças que apresentam linguagem verbal, porém esta é repetitiva e não comunicativa.
As crianças autistas apresentam os sintomas até os três primeiros anos de idade. O desenvolvimento da fala, nessas crianças, é lento e anormal, ou até ausente, caracterizando-se pela repetição daquilo que é dito por terceiros (ecolalia), ou pela substituição das palavras por sons mecânicos.
São sintomas freqüentes do autismo, a falta de reação aos sons e à dor, assim como a incapacidade de reconhecer situações de perigo, e a repetição rítmica de certos movimentos como, por exemplo, balançar o tronco para a frente e para trás, bater palmas, cantar etc.
Sociabilização
Este é o ponto essecial no autismo! Há uma dificuldade em relacionar-se com os outros, em compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a redução da capacidade de discriminação entre diferentes pessoas.
Muitas vezes a criança que tem autismo aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo ou mesmo beijando-as quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo sem nenhum tipo de troca ou compartilhamento.
A dificuldade de sociabilização, em muitos casos é responsável pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, um dos pré-requisitos fundamentais para o aprendizado.
Estudos têm mostrado que, mesmo nos primeiros dias de vida, um bebê típico prefere olhar para rostos a objetos. Através das informações obtidas pela observação do rosto dos pais, o bebê aprende e encontra motivação para aprender. Já o bebê com autismo dirige sua atenção indistintamente para pessoas e para objetos, e sua falha em perceber pessoas faz com que perca oportunidades de aprendizado, refletindo em um atraso do desenvolvimento.
Desvios qualitativos na imaginação
Isto pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos.
Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança com o espectro do autismo pode passar horas explorando alguma parte de um brinquedo, sem muitas vezes fazer esta brincadeira ser funcional. Em crianças que têm autismo e com inteligência preservada, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos, na maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade , o que muitas vezes é confundido com nível de inteligência superior.
As mudanças de rotina, como de casa, dos móveis, ou até mesmo de percurso, costumam perturbar bastante algumas dessas crianças.
Existe uma grande associação entre autismo e retardo mental, desde o leve até o severo, sendo que considera-se que a gravidade do retardo mental não está necessariamente associada à gravidade do autismo.
Atualmente a palavra autismo tem sido utilizada para se referir à diversas síndromes. Os sintomas variam amplamente, o que explica por que atualmente referimos ao autismo como um espectro de transtornos. Dentro deste espectro encontramos sempre a tríade de comprometimentos que confere uma característica comum a todos eles (dificuldade na comunicação, sociabilização e imaginação).
Embora a estimulação da criança em casa e com seus familiares seja de suma importância, como o autista tem grave alteração de comunicação, mais especificamente no desenvolvimento de linguagem, a figura do fonoaudiólogo é imprescindível para o tratamento precoce da criança. Desta forma, a terapia fonoaudiológica deve contar com o envolvimento da família, especialmente da mãe, para a melhora da criança.
Como estimular crianças autistas:
Brincar na frente do espelho – se puder, tenha um espelho que a criança possa se ver inteiro.Sente-se atrás dela e brinque de mostrar as parte de seu corpo(cabelo, boca, olhos, nariz etc).Algumas crianças precisam que se segure na mão dela para ajudá-la a por nas partes do corpo.Faça comentários tipo, olha o ( cite o nome dele(a)) e a mamãe. Olha a mãmãe e o ( nome da criança) abraçados etc. Este exercício ajuda criar consciência do Eu e dos outros.
Rasgar jornal. No início é comum o adulto ficar atrás da criança e segurar suas mãozinhas para pegar e rasgar jornal. Comece com pedaços grandes e vá diminuindo aos poucos. Este exercício ajuda na coordenação motora. invente uma brincadeira como juntar os papeizinhos e jogar do alto ( chuvinha de papel!!).
Brincar de massinha. Esta brincadeira auxilia a coordenação, mas normalmente os autistas estranham muito a massinha. Não desista, é preciso insistir!!!
Pintura a dedo – ótimo para estimular, você deve ir falando as cores e deixe a criança se lambuzar um pouco, dá aflição no início, mas aos poucos ela vai se adaptando.Não jogue as artes fora .De vez em quando mostre para ele as obras que já fez!!
Pegue três latas de tamanhos diferentes ( pequena, média e grande) e faça um furo na tampa de maneira a passar uma bolinha. Brinque com seu filho de por as bolinhas nas latas, reforçe sempre as palavras Graaaande, mééédia pequeeena .Depois empilhe também as latas. Recomenda-se que as bolinhas sejam de pingue e pong.
Dance – Dançar auxilia muito as crianças, brinque de dançar com seu filho, invente passos, mesmo que ele pareça não se interessar, continue. Ponha músicas de criança, chame os irmãos ou o pai para fazer uma roda.
Tente jogar bola, pode ser uma bexiga, se puder chame alguém para ajudar. Se seu filho não participa, peça para alguém ficar atrás dele e ajuda a pegar e jogar a bexiga para você.
Programas infantis como Castelo Ra Tim Bum, Mundo de Beakmann, além de educativos são ricos em estímulos.
Massageie seu filho.Comece pela parte de trás, dos pés a cabeça.Na parte da frente do corpo, sentido inverso, da cabeça aos pés.Use um óleo ou creme anti alérgico, de odor suave.Fale com seu filho enquanto o massageia.Diga como seus braços, suas pernas seu corpo é forte.Diga-lhe o quanto é amado.Se quiser, ponha uma música suave de fundo.Procure fazer da massagem um ritual diário.Não precisa técnica especial, precisa ter um toque suave e firme, é quase como um carnho.Os resultados são ótimos.
Insista sempre, é normal seu filho não se interessar no início, talvez até ficar arredio, não se incomode e continue, deixe as brincadeiras que ele mais gosta por último, faça uma sequência e siga-a, aí ele entenderá que logo virá a parte que ele gosta. Dedique uma hora diariamente para executar atividades de estimulação com a criança.
Ana Carolina Borges: Fonoaudióloga graduada pela PUC-SP. Especialização em Psicopedagogia e Educação Especial pela UNESP-Marília. Experiência no atendimento aos problemas de linguagem decorrentes dos transtornos do espectro do autismo (autismo/psicose, transtornos globais do desenvolvimento, síndrome de Asperger), transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dislexia e processamento auditivo.
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