Adaptações didático-metodológicas para crianças com baixa visão e cegueira

A criança com baixa visão não necessita de adaptações significativas no currículo, mas
precisa que os conteúdos sejam tratados de forma que ela possa participar ativamente de
todas as atividades e tarefas desenvolvidas pelos demais alunos.
O ponto de partida para o atendimento às necessidades específicas é que o professor
saiba sobre as possibilidades de funcionamento visual do educando, ou seja: o que pode ver,
como, a que distância, qual o tamanho das figuras, das letras, qual o tipo de contraste que
facilita a visualização e discriminação do material.
Esfera visual é a distância em que as pessoas podem realizar discriminações. Isso depende
muito do nível de acuidade visual e da capacidade acomodativa do aluno. Para atividades de
literatura, lousa, teatro, TV, o professor especializado deve pesquisar em conjunto com o professor
da sala regular quais as possibilidades de melhor funcionamento para o aluno.
A baixa visão se caracteriza essencialmente pela visão prejudicada à distância. É
importante o professor observar a que distância a criança consegue realizar tarefas visuais
com boa resolução.
Há crianças que só conseguem discriminar a pouca distância, encostando o material
nos olhos ou no nariz. Para essas crianças, não faz mal aproximar o material, não haverá
excesso de convergência, pois essa é a única forma pela qual elas conseguem ver.
Outras crianças podem apresentar alteração de campo visual, isto é, podem perceber
os objetos somente em determinadas posições: posição temporal, nasal, inferior ou superior.
A partir do momento em que a criança adquire a consciência visual da distância e de seu
melhor campo visual, o professor poderá ajudá-la afastando objetos já conhecidos para que
ela possa exercitar a focalização em diferentes distâncias e utilizar os esquemas associativos.
Por essa razão é que algumas crianças com alteração severa ou moderada, mostram
pouco interesse por TV, jogos de vídeo e outros. As crianças com visão à distância prejudicada
e alteração de campo visual associada poderão apresentar dificuldades em atividades de
jogos corporais e atividades de educação física.
Nesses casos, o professor deve elaborar estratégias de adaptação dos objetivos, da
atividade e do material de forma que sirva para todos. Por exemplo: no jogo da amarelinha, o
traçado pode ser mais largo e com bastante contraste. Mesmo as crianças cegas poderão
jogá-lo, desde que as bordas sejam em relevo e haja dado sonoro.
Jogos com bolas de alto contraste e guizo poderão beneficiar à todos, permitindo inclusive
que a criança cega jogue basquete e futebol em condições de igualdade.

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