Wallon (1989) fala da importância da relação lúdica para a constituição do sujeito, a
construção da subjetividade e a identificação do ser. O brincar, as brincadeiras e os brinquedos
são elementos fundamentais para a organização psíquica e para o desenvolvimento cognitivo
das crianças nos primeiros anos de vida. Para esse autor, o cérebro se forma na ação contínua
mediante a atividade lúdica do bebê, de acordo com a solicitação do meio.
Para a criança com deficiência visual o diálogo corporal é uma forma primária de
comunicação e interação, tornando-se fronteira vital para a construção do eu e do outro, e
motivador essencial para despertar o desejo de busca das pessoas e objetos.
A mãe, ou a pessoa que cuida da criança, torna-se depositária de suas tensões, desejos,
ansiedades e frustrações e, ao mesmo tempo, torna-se fonte de prazer e satisfação. Logo os
primeiros movimentos de descentração – busca externa – serão da pessoa ou dos objetos
significativos que dão prazer. Primeiro a mãe, pessoa que cuida, dá o alimento, de fala e se
movimenta. Somente depois vêm os objetos externos.
A criança com perda visual, valendo-se de uma relação dialógica consistente, que
compreenda o que lhe dá prazer e segurança, poderá ser motivada a mover-se e aventurarse
a tocar e buscar o desconhecido.
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