Os tipos de paralisia cerebral já identificados estão assim classificados: espasticidade,atetose, ataxia, rigidez e tremores.

• Espástica – Aproximadamente 60% das paralisias cerebrais encontram-se
neste grupo. O maior dano se dá no córtex motor. Os músculos são facilmente
irritáveis e contraem-se a partir da menor estimulação. A criança espástica
apresenta rigidez muscular, ou tensão muscular. Isto significa dizer que os
movimentos são rígidos, lentos e desajeitados. Esta rigidez tende a aumentar
quando a criança vai emitir um comportamento voluntário, quando está
aborrecida ou excitada, ou ainda, quando o seu corpo está em determinadas
posições. O padrão de rigidez varia muito de criança para criança, mas o
primeiro passo para facilitar que esta criança manipule e explore os objetos
é a mesma estar bem posicionada.
• Atetóide - A atetose consiste em movimentos arritmados, concorrentes
com movimentos voluntários, de forma que o resultado é a incoordenação
global. Os movimentos são lentos e contorcidos, ou súbitos e rápidos, nos pés,
braços, mãos ou músculos faciais. É como se os braços fizessem movimentos
nervosos, os pés dessem pequenos saltos, ou apenas uma mão ou um dedo
movessem sem intenção, dificultando pegar e manipular adequadamente
os objetos. Quando afetados os músculos da fala, as crianças apresentam
dificuldade em comunicar pensamentos e necessidades. Problemas de visão
também podem encontrar-se associados ao quadro, dificultando a fixação
visual para acompanhar os deslocamentos, bem como a dissociação dos movimentos
olho-cabeça. Com a intensificação da fixação da visão, podem vir a
se tornarem estrábicas.

• Atáxica – Neste tipo de paralisia cerebral, a área cerebral afetada é o cerebelo.
Suas principais características são: o desiquilíbrio motor, a falta de coordenação
e o nistagmo, que é um rápido movimento dos olhos. As crianças com
ataxia podem apresentar dificuldade para sentar-se ou ficar de pé, caindo com
freqüência e fazendo uso das mãos de maneira muito desajeitada. Geralmente,
necessitam de suporte físico para permanecer sentadas, sem cair.
• Ainda outros tipos, embora raros - rigidez, tremor, hipotonia muscular,
dificuldades de fala, distúrbios da visão, da audição e do tato.
A paralisia cerebral também está classificada em três padrões típicos, dependendo
do membro atingido (das partes do corpo atingidas): hemiplegia, paraplegia e
tetraplegia.
• Hemiplegia - braço e perna do mesmo lado. O braço é dobrado; mão espástica
ou flácida, devido ao pouco uso. Já a perna atingida se apóia na ponta
dos pés, ou na lateral externa do pé.
• Paraplegia - somente as duas pernas encontram-se afetadas, podendo haver
ligeiro comprometimento de outras partes (diplégico). A parte superior do
corpo geralmente não é afetada. A criança pode apresentar contraturas nos
pés e nos tornozelos.
• Tetraplegia – são afetados tanto os membros superiores, como os inferiores.
Ao caminhar, os braços, a cabeça e a boca podem sofrer contrações, os joelhos
encostados um no outro, pernas e pés voltados para dentro. Muitas das
crianças com tetraplegia têm uma lesão cerebral tão severa, que dificilmente
poderão vir a andar.
Por alguns meses após o nascimento, a criança afetada pela a paralisia cerebral
pode não apresentar qualquer problema visível. Pode-se levantar suspeitas,
entretanto, quando se observar que a criança não consegue agarrar um objeto,
aos três meses de idade, não consegue se virar, aos cinco meses ou sentar-se, por
volta dos sete meses. O diagnóstico se torna mais fácil, entretanto, à medida que
a criança cresce.
Tumores do Sistema Nervoso Central
Há uma grande variedade de tumores que podem afetar o sistema nervoso
central, podendo se localizar no cérebro, ou na medula espinhal. Esses tumores
podem ser benignos ou malignos. Mesmo os benignos, entretanto, podem levar a
óbito, se não diagnosticados, tratados e/ou removidos (seja por extirpação cirúrgica,
seja por tratamento medicamentoso) a tempo.
As conseqüências da presença de um tumor no sistema nervoso central vão ser
determinadas por sua localização. Se ele estiver localizado no cérebro, por exemplo,
as manifestações dependerão da área em que ele se encontra e das funções
que nela se realizam. Se estiver localizado na medula, afetará, necessariamente, o
funcionamento de membros inferiores e/ou superiores, dependendo da altura em
que se encontra localizado (paraplegia e quadriplegia)
Espondilolístese – deslocamento vertebral, causador de dor que pode variar em
sua intensidade, a ponto de inviabilizar a permanência da criança na sala de aula.
Atendimento médico fisiátrico, é essencial para o tratamento do problema.
Hérnia de Disco – neste caso, é o disco intervertebral que se desloca, dado o
enfraquecimento dos ligamentos que o mantêm no lugar. Os resultados desse
deslocamento são os mesmos do caso anterior, com dor que pode se tornar totalmente
incapacitante. Tratamento médico também se faz essencial, necessitando,
às vezes, de intervenção cirúrgica.
Neuralgias e Neurites – enquanto que as neuralgias são casos de inflamação de
qualquer nervo periférico do corpo, acompanhado de intensa dor, as neurites são
casos em que, além da inflamação, pode ocorrer uma variedade grande de lesões,
freqüentemente degenerativas em sua natureza. Assim, estas podem provocar
paralisias parciais ou totais da área afetada, necessitando de intervenção médica
para seu tratamento.
Má Formação e Deformações Ósseas
Deficiências ósseas em crianças afetam principalmente os membros superiores e
inferiores, a espinha e as articulações. Tais deficiências prejudicam a criança no
que se refere a andar, sentar, ficar em pé e usar as mãos. Podem ser congênitas,
se a criança nasce com elas, ou adquiridas, sendo então resultado de doenças
infecciosas, de disfunções relativas ao desenvolvimento ou de acidentes. Anormalidades
nos pés e tornozelos são as mais comuns dentro do tipo congênito. O
“pé torto”, deformação em que um ou ambos os pés são torcidos para dentro ou
para fora, no tornozelo, ocorre com muita freqüência. (Wilson, 1971)

Deslocamento congênito de quadris – Um quadril está deslocado quando o fêmur,
o osso da coxa, sai fora do encaixe no quadril. Alguns bebês já nascem com
um ou ambos os quadris deslocados e, quando corrigidos no tempo certo, não
resultarão em deformidades permanentes.
Escoliose – curvatura lateral da espinha (curvatura em “s”), de causa congênita
ou adquirida (postura errada, doença ou lesão), resultando em paralisia desigual
dos músculos das costas ou de inclinação do quadril devido à existência de uma
perna mais curta que a outra.
Quistos e tumores ósseos – também integram o grupo de causadores de deformidades.
Um quisto ósseo típico é uma lesão de desenvolvimento lento, que
destrói o osso, formando-se próximo a uma das extremidades do eixo de um osso
longo. Os tumores podem ser benignos ou malignos. Diagnóstico e tratamento
prematuros podem prevenir deformações graves. (Wilson, 1971).

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